segunda-feira, 23 de maio de 2011

dizer mais ainda mesmo

vim aqui para dizer que hoje é dia de saber: depois do banho as borboletas acordam.

dizer mais ainda

vim aqui para dizer que hoje é dia de sentir: as borboletas dormem em você.

dizer mais

vim aqui para dizer que hoje é dia de agir: vamos alimentar as borboletas,  deixar chover. 

dizer

vim aqui para dizer que hoje é dia de pensar: borboletas não nascem em ovos e elas dormem quando chove. onde?   

terça-feira, 10 de maio de 2011

. . .. ... .

essa coisa de blog parece coisa de menina. não sou mais menina. nem aqui sou mulher. sou pessoa. só pessoa. (e essa coisa só parece).

querido bloguezinho

hoje eu resolvi me libertar, desdizer o que antes disse, confessar.

estou enjoada de tantas palavrinhas, postagenzinhas solitárias e vazias.

hoje acordei desvirada, louca que faltasse luz.

também

somos o que escondemos

somos o que inventamos

somos o que 

não somos

!

a palavra exata é aquela

sem título

como já dito por tanta gente, "escrever é como desnudar-se". cada palavra escrita é como uma peça a menos de roupa. por isso para alguns é tão difícil. para escrever é preciso ser corajoso e um tanto despudorado. 

e nesse striptease é preciso ser generoso. consigo mesmo. 


[para dar colo aos próprios erros, pelado diante de um espelho].


com o foda-se ligado, pois quem pensa muito não escreve.

[e não casa, e não faz filho e não nada].

batatas

cansou de escrever e foi plantar batatas. num campo coberto por inços, começou arrancando os mais furiosos. e trezentos buracos ficaram feito olhos vazados obervando a plantação.

embora não acredite em batatas, ela fez o que pôde.

acredite

é quase tudo invenção. assemelhados, apenas. tenho vocação para mentir. 

essas palavras são falsas.

leia mas não creia.

acredite.

depois

depois que se viciou em café passou a escrever ficção. acorda cedo, liga a cafeteira, põe o lixo pra rua e senta na frente do computador para baixar algumas idéias. download mental. meditação criativa. cabo de guerra de pensamentos. e só depois de alguma escrevinhança é que sai para trabalhar. 

depois que passou a escrever ficção, sai para trabalhar só depois das dez.   

quinta-feira, 5 de maio de 2011

chiquitita

Chiquitita foi à feira e comprou maçãs. A sacola era grande e não coube na geladeira. Resolveu fazer um suco. Bateu quatro maçãs no liquidificador. Formou-se uma papa branca-esverdeada. Espumosa. Chiquitita meteu um pouco d'água para diluir, melhorar a consistência. E a papa virou um caldo ralo. Bateu mais duas maçãs, para equilibrar a consistência. Formou-se uma papa creme-esverdeada. Espumosa. Chiquitita meteu mais um pouco d'água para diluir, melhorar a consistência. E a papa virou um caldo ralo novamente. Bateu mais quatro maçãs, para equilibrar a consistência. Fomou-se uma papa parda-esverdeada. Espumosa. Mas não tão papa, nem tão rala. E então tomou, enquanto acomodava a sacola na geladeira.
  

vou

vou encher essa porra de textos. vou povoar isso aqui de palavras. vou rechear essa tela de estórias. vou fazer transbordar essa naba. vou prolongar a escrita. vou dizer tudo o que não foi dito. vou completar as lacunas. vou preencher os espaços. vou falar só por falar. vou registrar absurdos. vou exagerar. 

porque hoje é quinta

porque hoje é quinta eu não esmoreço. há muito a ser feito. por ora, mais um café.

hojezinho

mesmo com tanta coisa para fazer ela se detém na frente do computador e fica inventando estórias, escrevendo textos de propósitos vagos, revivendo memórias, catando idéias, esquecendo as horas.

e o dia passa parado no tempo.

dia assim

que dia parado. lento. silencioso. sem vento. nem calor, nem frio. que dia sem graça. sem ânimo. preguiçoso. fedorento. amarelo claro. opaco. quase cinzento.

assim.

vou pegar o bonde. sair daqui. amanhã é sexta, e é pra lá que eu vou. 

mais um café

mais um café para espantar o sono que se alastra pelo meu corpo. mais um café para cutucar a preguiça. mais um café, para acordar pra fora. 

aquele homem

ele fica sentando no meio fio da rua. sempre no mesmíssimo lugar. sempre enrolado num cobertor. mesmo quando está calor. quando alguém chega perto, ele esconde o rosto. suas mãos são encardidas e seus cabelos, desgrenhados. às vezes ele fala sozinho. parece que fala. não ouço a voz, só o vejo de longe. ele não gosta que eu chegue perto. aquele homem brotou ali, longe de mim, e ficou. feito inço.






dez dias

a tarefa é não beber álcool por dez dias, não comer carne à noite por dez dias, evitar o café por dez dias, não ingerir açúcar por dez dias: dormir por dez dias, sem acordar.   

maio

frieza de maio. angustieza de maio. estranheza de maio. sempre um tormento pra mim. inferno astral, dizem alguns. eu só sei que é ruim.

como assim

como assim está cansado? como assim não é o dono? como assim não sabe nada? como assim abandonou? como assim, seu desgraçado? como assim amarelou?