quinta-feira, 30 de junho de 2011
caneta vic
sonhou com uma caneta roxa, de ponta grossa e tinta deslizante. desenhou um diamante. ele era firme e delicado. parecia um origami.
aconteceu II
Lençol xadrez de azulzinho para um soninho de algodão. Sonhou com uma cobra amarela, para quem disse não. Não. Não acordou de súbito, nem nada. Acordou sonhando com pão.
veste cores
veste preto para passar depercebido,
veste vermelho para se proteger.
veste azul quando está participativo,
veste branco quando vai voar.
e amarelo quando quer descer.
veste vermelho para se proteger.
veste azul quando está participativo,
veste branco quando vai voar.
e amarelo quando quer descer.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
apareceu
apareceu quando a gente não esperava
apareceu sem um sino pra tocar
se espalhou devagarinho
e foi ficando
até ficar
segunda-feira, 13 de junho de 2011
segunda-feia
vamos sair correndo dessa segunda-feia, meu bem. vamos pular os quadrinhos do calendário. vamos brincar de amerelinha nesse dia ocre. vamos direto ao ponto, onde o céu é azulzinho.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
esse troço (II)
o que é esse troço colorido que apareceu a baixo da postagem? esse troço que desemboca num balãozinho onde está escrito "0"? esse troço que nunca vi na vida, que não decidi ter, que jamais desejei?
esse ícone que enfeita de mau gosto a página que pretendeu ser sóbria?
pingo de orkut?
[r]
erre de repetido.
instruções [r]
Vamos lapidá-lo. Faz de conta que é um diamante. Elimine os artigos e pronomes pessoais. Corte as vírgulas. Retire os gerúndios e particípios. Deixe só o essencial.
Vamos recomeçar. Esquecer os estilos. Ser sincero e suscinto. Escrever sem pressa nem pretensão. Não se preocupar com o inteligível. Ignorar o leitor nesse instante. Criar uma linguagem, que seja. Deixar que o texto aconteça.
Vamos recomeçar. Esquecer os estilos. Ser sincero e suscinto. Escrever sem pressa nem pretensão. Não se preocupar com o inteligível. Ignorar o leitor nesse instante. Criar uma linguagem, que seja. Deixar que o texto aconteça.
inventação [r]
aventuranças no alfabético mundo das letras.
mergulhanças no mar reviolento da escrita.
a palavrateca dos livros me alcança
mas fonte inventativa é a cabeça.
se cansada de teclações, eu apenasmente na cama-leio
e me deleivirto no atravesseiro.
mergulhanças no mar reviolento da escrita.
a palavrateca dos livros me alcança
mas fonte inventativa é a cabeça.
se cansada de teclações, eu apenasmente na cama-leio
e me deleivirto no atravesseiro.
fronhas [r]
ela me contou que todas as suas fronhas são manchadas. que não desiste de levá-las à lavanderia na esperança de revê-las alvas. que realmente gostaria de apagar tudo aquilo.
e me contou também que não usa rímel à prova d'água. porque é alérgica.
e me contou também que não usa rímel à prova d'água. porque é alérgica.
lo que hay [r]
pegar o que há,
fazer uma limonada ou um chá
aproveitar que estão ali
ajudá-los a existir
deixá-los vir a ser
aquilos tudos que serão
fazer uma limonada ou um chá
aproveitar que estão ali
ajudá-los a existir
deixá-los vir a ser
aquilos tudos que serão
difícil é ser simples
clichê operante, este.
chavão inesgotável, este.
lugar comum de difícil acesso, este.
então é chegada a hora da perguntinha cretina que começa com por e termina com que:
por que os caminhos tortos distraem a gente?
por que os caminhos longos comportam mais paisagens?
ou por que não somos ratinhos?
chavão inesgotável, este.
lugar comum de difícil acesso, este.
então é chegada a hora da perguntinha cretina que começa com por e termina com que:
por que os caminhos tortos distraem a gente?
por que os caminhos longos comportam mais paisagens?
ou por que não somos ratinhos?
sábia mamãe
ela me disse que está decepcionada com seus cabelos. que não suporta mais ver sua imagem embaçada no espelho: ruídos do frizz. que não adianta dar pérolas aos porcos. e que de agora em adiante só compra xampus baratos.
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