sábado, 30 de março de 2013

Amigas,

Amigas,

Estou tão triste. Parece que vou implodir. Sinto uma falta de vocês que não sei como explicar. Ou escrever. Não citarei nomes, porque sei que vocês sabem quem são. Minhas amigas. Ressalvo que não as vejo como um bolo, uma massa. Reconheço e sinto a falta de cada pedacinho isolado de cada uma de vocês. Vejo suas carinhas na minha memória, que hoje está em sépia, combinando com o outono. 

Essa falta que eu sinto não se chama saudade, tem outro nome, não sei que nome tem. A tristeza esvaziou meu vocabulário, roubou minhas palavras companheiras. Está difícil encontrar um discurso que exprima o montão de coisas que quero dizer a vocês, especialmente sobre o teor dessa falta que aparece tão nítida na dor, como acontece com qualquer ser humano egocentrado e frágil - e talvez por isso mais humano. Está difícil abstrair, então me restinjo a descrever: 

escrevo com o note sobre a mesa da sala, a tv está ligada no Jornal Nacional, B2 está deitado na caminha dele, acordado, e há pouco veio me cheirar, enquanto B1 dorme o sono profundo de quem deseja a liberdade azul - tudo sob a luz cálida daquele abajur romanesco que eu tinha no escritório da casinha encantada.

Não sei até quando poderei viver essa cena, nós três, os mosqueteiros, juntos, numa noite de outono. Talvez essa seja a última. E talvez por isso eu sinta a falta de vocês como nunca.   


Beijos vertidos para sempre 
(pois eternizei esse momento), 
C.


PF, 26 de março de 2013.







[foi mesmo a última noite]
Belot (15 de novembro de 2002 - 27 de março de 2013.



http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=3177187200801481312

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