Sou a pessoa mais preguiçosa que tive o prazer de conhecer. Está certo que não conheço muita gente, porque justamente sou a pessoa mais preguiçosa que tive o prazer de conhecer.
E a preguiça me apraz. Não sei explicar a paz que ela me traz. Talvez o frescor de ser carregado pela vida. Talvez o mimo de ser embalado no seu colinho.
Esse estado de marasmo me inclina (e isso dá sono). Veja bem, (se estais disposto), não fico inerte. É como se eu fosse feito de gelatina. Conforme o ângulo de repouso ou a direção do vento, meu ser se mexe para cooperar com o trabalho do equilíbrio.
Nenhuma resistência, nada de desafios.
Eu sou assim, um seixo gelatinoso levado pela corrente.
E repito, pela última vez, visto que já estou cansando: no leito desse rio, único lugar em que andei, nunca tive o prazer de conhecer pessoa mais preguiçosa que eu.
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