Ele só saía de casa com um (único) objetivo: colher elementos para seus personagens. Juntava-se às pessoas não por saudade ou desejo de encontrá-las. Era um pescador de idéias, um liquidificador de personalidades.
Acho que isso de catar características alheias é tipico do escritor. Mas ele ia além. Esse era o hábito que determinava todo o resto. Creio que para enfrentar saraus e salões necessitasse desmarejar.
Por isso, os hábitos. Nada escapava ao seu olhar duvidosamente compassivo. Céleste só arrumava o quarto quando ele se ausentava. Trocava os lençóis diariamente. Servia-lhe o café numa bandeija de prata, junto com um croissant. Mas ficava atenta à campainha. Caso tocasse, deveria levar um segundo. Todos os dias.
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