Enquanto ele não mais a fazia feliz, tudo bem. O problema é que agora é ela quem não mais o faz feliz. Está sendo terrível perceber. É um verdadeiro pesadelo, daqueles que não se consegue acordar. Pesadelo entrecortado, truncado, vertiginoso, em que frases de efeito vêm à tona, como vinhetas, só para bagunçar, sacudir, azucrinar.
"Só o amor não basta", já disse o poeta, o filósofo, o psicanalista e a sua mãe. Então. "A separação também é um ato de amor", já disse o poeta, o filósofo e o psicanalista. Pois. "Amar não é aceitar tudo", disse Maiakóvski. Logo. "Aquilo que se faz por amor está além do bem e do mal", disse Nietzche. Tampouco. "Amar é ultrapassarmo-nos", disse Wilde. Enfim. "O amor só encontra o seu significado no momento da separação", falou Bona.
[Pois bem. Que se faça do riso o pranto silencioso e branco, que das bocas unidas faça-se a espuma, que das mãos espalmadas faça-se o espanto e que dos olhos desfaça-se a última chama - como cantou Vinicius].
"A vida é uma aventura errante" ainda leu Juliana, antes de acordar de mãos dadas com a dor.
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