quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Juliana

Veio de longe, atravessou a cidade, tomou dois ônibus, bateu na minha porta, atendi. Entrou na minha casa. Ofereci a poltrona e um café. Aceitou os dois. Me contou a sua história com lágrimas nos olhos e um princípio de sorriso, tímido. Pediu para que eu a desvendasse, para que eu a descobrisse, para que eu a revelasse. Já era quase noite quando levantou e foi embora. Estava confiante de que sairia de si, de que eclodiria, de que finalmente viria ao mundo. Seu sorriso ficou menos tímido, alargou-se. Suas lágrimas cristalizaram, estancando a fonte. 

E eu a escrevi.

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