quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

a enceradeira vermelha

a enceradeira vermelha veio comigo até os confins. não me desfiz desse objeto pifado. porque foi minha avó quem me deu. e porque ela é mais bonita que um cabide.

a enceradeira vermelha vive comigo há três anos. já chegou aposentada. antes repousava sobre uma mesa de mármore. aqui, agora, aguarda um posto sob um chão de tábua. acho que ela prefere essa casa. 

a enceradeira vermelha gosta de estar no chão, eu sinto. sua perspectiva fica mais ampla. ela pode olhar para os lados sem sofrer vertigem. não há penhascos. 

uma paisagem segura é vital para quem espera.

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