meu oratório é o canteiro de Tulbaghia violacea que fica em frente à porta de entrada da casa. salpicado de inços, ele faz parte do mosaico que embeleza o piso da capela-jardim. o som dos carros e o canto dos pássaros são música, que eleva minha alma ao teto de nuvens.
mas um cheiro de merda envolve o lugar. como se as portas estivessem fechadas, como se os vitrais não estivessem quebrados. e minha oração termina em nojo, em asco, em riso. nenhuma reparação é possível.
minha alma já atravessou as nuvens, estacionou no fundo do céu.
e sentanda num azul infinito eu avisto um pontinho branco sobre um fundo verde: é meu cachorro cagando. aproveitou a minha ausência, o safado.
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