ontem fui ao teatro e lembrei de mim. a platéia estava lotada e eu não estava no palco. o pontinho negro mais baixo que desenhava o horizonte-público era eu. a minha cabecinha sorria.
... um dia pisei naquelas tábuas, me escondi atrás das cortinas, chorei nas coxias. no dia em que por medo perdi a voz, eu completava dezoito anos. era estréia.
a minha cabecinha então subiu e, preenchendo uma lacuna, completou a linha que desenhava o horizonte-público. foi aí que me assisti muda, aplaudindo, pelos olhos do ator.
fazia tempo que não me via. já não sabia que fui assim, igualzinha a mim.
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