terça-feira, 29 de março de 2011

gripe

"Uma gripe nunca é apenas uma gripe quando chove", segundo a filósofa. Ela está de molho em casa, com uma febre de 38 graus e irritada com barulho da chuva batendo no telhado do vizinho. Ela está deitada, tapada até as orelhas, e ansiosa por estar de cama num dia útil. Estranho. Diferente. Estar chovendo sempre lhe confortou, porque o dia fica menos útil e as pessoas mais tolerantes. Mas hoje não. O barulho da água batendo no sólido produz um eco estridente, ligeiro e insistente. Insuportável.

Para sossegar tal ânsia acústica, saiu de casa e foi trabalhar.  

Não fez nada que preste. E ninguém reclamou.

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