terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Alice

Alice está eufórica. Em suas palavras: mega-feliz. Alice voltou a pintar. Em suas palavras: a pintura voltou para ela, e está em suas mãos agora. Alice pode tocá-la, sentir seu cheiro, imaginar seu gosto.

Alice voltou a ver as cores que se escondem nos tons terrosos, ocres e cinzas. Ela novamente enxerga quem são as cores que estão ali e que agora se deixam ser descobertas. As cores se exibem aos olhos de Alice. E as formas se mostram em linhas firmes que parecem ter vida própria. Para Alice, elas têm.

Por tanto tempo estiveram dormindo, estiveram tão longe, não estiveram. Alice esteve sozinha e sentia saudade.

Nesta tarde, Alice não sairá de casa, não ligará o computador, não atenderá ao telefone, não abrirá a caixa de correio, não arrumará a cama, não lavará a louça, deixará o feijão de molho e as janelas abertas.

Alice continua pintando, mega-feliz, porque a pintura voltou.

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