atravessou o pátio como um trem desgovernado. deu de cara no muro. sacudiu a cabeça. inflou o peito para mostrar que é forte. deu meia volta e correu pro meio das macegas. ficou ali durante oito minutos. reapareceu mais calmo. pensou que não era visto. andou distraído e tropeçou numa pedra. sacudiu o pézinho e parece que lambeu a ponta do dedão. respirou fundo e seguiu. olhou pro céu, onde desfilavam os pássaros. distraiu-se. caiu num buraco. num ralo sem grade. flutuou na água da chuva. tentou nadar mas afundou.
meti minha mão suja de tinta naquela água barrenta. peguei o bicho pela cabeça e o joguei de volta à vida. não era um rato, nem um sapo. nem uma das caturritas enlouquecidas. era um lagarto. um lagartinho silencioso. e eu disse pra ele: mind the gap!
correu todo pintado de vermelho, o bichinho. resultado: ficou incrivelmente elegante.
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